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domingo, 15 de dezembro de 2013

Apenas uma Estranha

Em plena forma física, aos 21 anos, já havia conquistado um lugarzinho que era apenas dele e de mais ninguém. Passou um bom ano construindo seu sobrado à saída da Floresta de Kala, perto da trilha.

O sujeito estava no auge de sua juventude. Levantava-se cedo todos os dias e saía para caminhar pela floresta. Depois de passar tanto tempo por ali, precisamente seis anos, já conhecia bem os melhores lugares para conseguir alimento e remédios naturais.

Estava relativamente cansado do restante do mundo. Sozinho desde os 9 anos, teve de amadurecer muito cedo para poder sobreviver em mundo selvagem, onde as pessoas não se importavam com as outras. Assim pensava Cândalo. Peculiar seu nome, diga-se de passagem.

Após passar alguns anos sobrevivendo sozinho nas ruas através de pequenos furtos, resolveu sair de sua vila em busca de um lugar onde pudesse se encontrar e se entender melhor.

Aprendeu a arte da marcenaria e da jardinagem com o velho dono do armazém, o qual lhe oferecia abrigo nas noites mais frias e chuvosas. Cândalo era extremamente grato ao velho. Inclusive, o velho era a única razão de Cândalo permanecer na vila.

Era mal visto pelas outras pessoas por sua aparência selvagem e agressiva, não deixando que ninguém se aproximasse.

Os anos se passaram e Cândalo, finalmente, resolveu se estabelecer ali, perto da Floresta de Kala. Construiu sua casa utilizando o que aprendeu com o velho.

Depois de tanto brigar, tanto com pessoas quanto com animais selvagens, Cândalo finalmente estava vivendo tranquilamente. Estava tudo tão tranquilo que Cândalo assustou-se quando houve uma batida à sua porta.

"Quem poderia bater à minha porta? Algum viajante idiota perdido?", pensou Cândalo. "Bem, de qualquer forma, melhor atender logo. Quanto antes atender, mais cedo o incômodo se vai".

Andou rapidamente e abriu a porta. Para sua surpresa, uma moça literalmente caiu em seus braços. Ela estava desacordada. Cândalo logo perceberia que, além de suja, ela estava faminta, sedenta e com ligeira febre.

"Apenas uma estranha, como imaginei. O que diabos aconteceu com essa mulher? Que bela merda de incômodo em um lugar como esse."

Cândalo carregou a jovem desacordada e a deitou em sua cama. Colocou um pedaço de pano úmido sobre a testa da moça, para apaziguar a febre. Cândalo logo perceberia que aquela não era uma mulher, como havia pensado, e sim uma moça mais nova, adolescente.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Apenas um Estranho

Certa vez, uma garota, digamos uma garota não muito normal, resolveu andar até onde aguentasse, apenas para conhecer seus limites.

Essa garota tinha 16 anos, estava no auge da crise da adolescência, e buscava desesperadamente por alguém que a compreendesse e não mais a repreendesse. Ela já tinha ouvido falar dessa tal "crise", mas não pensara que a crise também passaria por ela. Se julgava diferente das demais pessoas.

Começou a andar, sem uma direção pré-escolhida, e seguiu andando por algumas horas. Essas algumas horas tornaram-se várias horas. E essas várias horas se somaram e se transformaram em um dia. E esse dia, com um pouco mais de esforço da garota, transformou-se em dois dias.

A garota, Cecília o nome dela, não sentiu fome nem sede durante o tempo em que caminhava. Apenas queria logo saber seus limites. Desejava chegar ao limite da exaustão para, então, pensar em como voltaria para casa. Desejava estar praticamente exaurida de forças para, então, se dar conta de onde estava. E então, ela se deu conta: não sabia onde estava e não sabia como voltar.

E agora, Cecília?

Percebendo sua situação, olhou ao redor e tentou se localizar. Sua vila, situada ao sul da Montanha Mais Alta, não estava mais à vista. Nem mesmo a montanha, dita tão alta, estava.

Cecília, agora, estava em uma floresta que nunca havia estado. Cecília, agora, via animais e plantas que nunca havia visto. Não teria a ajuda que precisava ali, no meio da floresta.

Então, forçou-se um pouco mais e chegou à saída da floresta. Por sorte, ou por intuição (ela descobriria mais tarde), viu uma pequena casinha a poucos metros da trilha que havia dentro da floresta. Uma casinha pequena, bastante rústica.

Era originalmente branca, Cecília pôde perceber, mas estava bastante encardida e empretecida devido a chuvas e à própria ação de musgos crescendo. Seu telhado, Cecília não sabia dizer o porquê, era verde e tinha todo o tipo de vegetação rasteira crescendo. Até mesmo cogumelos das mais variadas cores. Havia também, Cecília notou, uma chaminé pequenina. E por essa chaminé saía alguma fumaça. "Tem gente", pensou Cecília.

Esforçando-se um pouco mais, a garota em crise caminhou até a porta da casinha e bateu uma vez. Foi o bastante. "É o bastante", pensou. Então, caiu à porta da casinha peculiar, com a consciência já apagada. Por sorte, ou por intuição (ela descobriria mais tarde), a porta se abriu e a pessoa só teve tempo de segurar a menina que vinha caindo porta-adentro.

Sentindo calor humano pela primeira vez em dois dias, Cecília abriu um pouco os olhos e mirou o rosto da pessoa, pensando ser alguém que conhecia. "É apenas um estranho", pensou Cecília. Então, sua consciência se apagou de vez.

sábado, 7 de dezembro de 2013

Valor da Promessa

O valor atribuído à palavra
É o valor do próprio sentimento
Assim, libera-se aquela trava
Que os prendia a todo momento

Qualquer promessa feita
É um ato que deve ser cumprido
É considerada uma desfeita
Quebrar algo tão polido

Havendo um desejo mútuo
Muitas pessoas o perseguem
Diante dessa vontade, ficam-se mudos
Aqueles que não os seguem

Nada serve de desculpa para quebrar uma promessa
Nem mesmo a própria morte
Que nos deixa incapacitados de seguir vivos nessa
Mas somos nós quem fazemos nossa própria sorte

domingo, 24 de novembro de 2013

Nutshell - Alice in Chains

Nós perseguimos mentiras mal contadas
Nós encaramos o caminho do tempo
E eu ainda luto
Eu ainda luto esta batalha totalmente sozinho...
Ninguém para chorar
E nenhum lugar para chamar de lar

Meu amor próprio foi violado
Minha privacidade foi invadida
E eu ainda encontro
Eu ainda encontro repetindo em minha cabeça:
"Se eu não posso ser eu mesmo
Eu me sentiria melhor morto"

sábado, 23 de novembro de 2013

Onde o Tempo Nunca Passa

Peço que me deixe, oh sentimento vil
Where the time stands still

Aqui é o lugar onde tudo pode acontecer
Onde tudo pode se realizar
Aqui é o lugar onde tudo pode perecer
Onde tudo pode se desintegrar

Aqui é onde o tempo nunca passa

Mesmo que se passem horas a se pensar
Ou horas a se maltratar
O tempo simplesmente não não vai mudar
Estará ali, parado ao caminhar

Aqui é onde o tempo não tem tempo

Já que não há mudanças significantes
Ou mesmo descrenças minguantes
Por que não fazer disso uma vantagem
E aproveitar, então, a viagem?

Aqui é onde o tempo está além do tempo

O que pensaria o meu eu do passado
Observando o meu eu do presente
Ou mesmo o meu eu do futuro?
Qual dos três pode responder isso melhor?

Aqui é onde não há algo chamado "tempo"

A vida está passando inerte
Ávida, alheia à própria vida
Sem desejo que me compete
Estraçalhar minha própria sina

Peço novamente que me deixe, oh sentimento vil
(Preciso voltar àqueles que deixei
E pedir perdão a quem magoei)

Where the time stands still
(Preciso sair logo desta terra
Que cada vez mais me enterra)

Aqui é onde o tempo nunca passa

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Já Morto

Sou aquele que caminha quando deveria estar deitado
Sou aquele que come quando deveria ter acabado
Sou aquele que respira quando deveria estar sufocado
Sou aquele que vive mas deveria estar morto

As coisas já não se encaixam mais
E nem funcionam como antes
O que deveria ser... simplesmente não é
E o que é... está longe do correto

Estou ruindo quando deveria estar crescendo
Estou desligando quando deveria estar atendendo
Estou morrendo quando deveria estar nascendo
Estou enfrentando quando deveria estar temendo

E agora, com tudo já estragado
Talvez seja a hora de simplesmente parar
Esquecer do que é estar vivo
Fazendo o vazio, novamente, culminar

Não sou quem deveria ser
Não vivo o que deveria viver
Não ando como deveria andar
Não mais respiro como deveria respirar

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

O Novo Mundo de Cronos [15] - Final

01 de Junho de 1999
Cidade da Ponte Suspensa


Aconteceu o que eu temia: Cronos me descobriu.

Sinceramente, não sei como consegui chegar tão longe.

Bem, eu tinha minha motivação pessoal, após tudo o que eu tinha ter sido destruído.

Talvez ela quisesse que eu descobrisse e fizesse relatos sobre ela.

Estou envelhecendo de maneira progressiva e temo não viver por mais de um dia.

Cuidado.

A ânfora contém alguma substância que pode tanto atrasar como acelerar o tempo. 

Meu nome é Hendric, e espero que meus relatos ajudem alguém... algum dia.

O Novo Mundo de Cronos [14]

05 de Abril de 1999
Cidade Distrital do Oeste


Novamente, Cronos parou no meio da cidade e começou a meditar. Então, seguiu para onde o ancião morava.

E o processo foi o mesmo. Ela conversou com o ancião e foi embora.

A ânfora parece estar cheia, agora.

Nenhum prédio foi destruído desde a Cidade do Sul. Nenhuma pessoa foi desintegrada desde a Cidade do Leste. 

O que diabos está acontecendo aqui?!

O Novo Mundo de Cronos [13]

23 de Março de 1999
Cidade Distrital do Leste


O ancião está morto! Ele está morto!

A entidade “apagou evidências”?

Mas, dessa vez, o povo da cidade se lembra... 

O que está acontecendo aqui?

O Novo Mundo de Cronos [12]

22 de Março de 1999
Cidade Distrital do Leste


Como eu pensava, Cronos rumou para o norte da cidade e encontrou mais um ancião.

Acredito que, agora, ela deva rumar para a Cidade do Oeste.
Preciso conversar com esse ancião e saber o que está acontecendo. Eu devia ter pensado nisso antes.

O Novo Mundo de Cronos [11]

20 de Março de 1999
Cidade Distrital do Leste


Por algum motivo, a entidade está sempre rumando às cidades distritais.

Novamente, ela parou, dessa vez no exato meio da cidade, e começou a meditar. 

Acredito que, em alguns dias, ela vá procurar algum ancião.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

O Novo Mundo de Cronos [10]

10 de Março de 1999
Cidade Distrital do Sul


A mesma situação se repetiu: a entidade ficou algum tempo meditando, dessa vez cerca de dois dias e, então, foi à procura do ancião da cidade.

Não entendo seus motivos.
A ânfora parece cheia de algo... O que será?

O Novo Mundo de Cronos [9]

06 de Março de 1999
Cidade Distrital do Sul



Chegamos à Cidade do Sul. Essa não é uma cidade pacata. É relativamente grande, na verdade. Mas, por algum motivo, a cidade tem uma aura aconchegante... Não há sinais do advento da tecnologia.

O Novo Mundo de Cronos [8]

20 de Fevereiro de 1999
Cidade Distrital do Norte


Após um dia parada, meditando, Cronos conversou com um homem idoso, dito o ancião da cidade.
Não pude chegar mais perto para ouvir a conversa.

O Novo Mundo de Cronos [7]

18 de Fevereiro de 1999
Cidade Distrital do Norte


Cronos segue sua viagem até chegar à remota Cidade do Norte. Ainda não compreendo o motivo de ela vir até esse lugar tão remoto e pacato.

De todo modo, sinto-me cada vez mais cansado.

Percebo que ela carrega uma espécie de ânfora. Simplesmente surgiu em suas mãos de uma hora para a outra.
Prédios e pessoas continuam a serem desintegrados.

O Novo Mundo de Cronos [6]

10 de Fevereiro de 1999
Cidade da Falange


Ela, Cronos, está idêntica a uma mulher.

Por algum motivo, sua aura que mantinha as pessoas afastadas está diminuindo. Ainda não sei se ela está perdendo poder ou apenas controlando.

Dessa vez, mais prédios foram desintegrados. Mais de cem. E, por algum motivo, ela destruiu também um parque ecológico.

A perda de memória coletiva continua. Apenas eu não sou afetado. Por quê?

O Novo Mundo de Cronos [5]

05 de Fevereiro de 1999
Cidade do Cairo


Cronos parece estar mudando. Está cada vez mais parecido com um humano. E está cada vez se camuflando mais.

As pessoas não mais percebem a entidade. Ao menos não como uma entidade.

Ela continua seguindo, calmamente, envelhecendo as coisas à sua volta e fazendo-as desintegrar.
Sinto-me cansado. Acho que ela está me afetando.

O Novo Mundo de Cronos [4]

26 de Janeiro de 1999
Baguaçu


Pessoas estão sendo dizimadas novamente. E dessa vez não são apenas pessoas aleatórias andando pelas ruas. Dessa vez, são famílias inteiras.

Qual é o significado disso?

A entidade, que nomeei de Cronos, segue envelhecendo tudo à sua volta até o momento da desintegração.

Parece enfurecida, de certo modo.

E começo a perceber algo: ela só tem esse comportamento agressivo quando está em cidades grandes. Por isso ela estava mais calma em Cidade Nova. 

Estou começando a entender sua motivação.

O Novo Mundo de Cronos [3]

15 de Janeiro de 1999
Cidade Nova


Por algum motivo, a entidade parou na Cidade Nova e começou a interagir com as pessoas. Ela parece estar aprendendo sobre nosso idioma.

Ainda diz coisas indecifráveis e repete inúmeras vezes “Novo Mundo” em sua língua.

Ela parece cada vez mais humana. Mas, de onde ela surgiu? Como ela surgiu? E por que quer acabar com a humanidade? 

As pessoas continuam sendo apagadas uma a uma. A frequência e a quantidade diminuíram. A quantidade de construções desintegradas também diminuiu. O que isso significa?

O Novo Mundo de Cronos [2]

03 de Janeiro de 1999
Cidade Nova


A devastação continua.

Pessoas pararam de se importar. Apenas veem a entidade como se ela fosse uma de nós. Não, isso está errado. As pessoas não veem mais a entidade.

Enquanto isso, ela segue fazendo suas mudanças. Prédios deixam de existir em um piscar de olhos. Ruas deixam de ser asfaltadas.

Ela andou pela Cidade das Minas e destruiu, ou melhor, desintegrou todas as grandes construções. Desintegrou pessoas, estraçalhou objetos, desintegrou animais domésticos.

Isso é uma guerra contra a humanidade. Será esse o “Novo Mundo” o qual ela se referia? Um mundo com menos humanos?

Preciso ir a fundo.

terça-feira, 22 de outubro de 2013

O Novo Mundo de Cronos [1]

28 de Dezembro de 1998
Cidade das Minas


Durante o crepúsculo do primeiro ano, quando tudo voltava a ser o que era, aconteceu algo surpreendente: surgiu uma entidade poderosa dizendo que iria mudar o mundo.

O aparecimento foi simplesmente estranho. Surgiu no meio da cidade, com palavras praticamente indecifráveis. Ficou ali, sentada, por alguns dias e repetindo as mesmas palavras.

Aos poucos, os seres vivos foram se aproximando e tentando entender um pouco das palavras. Não conseguiam se aproximar muito, pois a entidade transbordava uma aura que os mantinham afastados.

Não era uma entidade ruim. Mas, ao passar do tempo, as coisas em seu entorno começaram a envelhecer e desintegrar. Obviamente, aquela entidade não estava ali para trazer paz.

Então, ela se moveu.

Levantou-se e olhou em volta. Algumas pessoas ainda passavam por ali, curiosas. Pegavam seus celulares e tiravam fotos. Essas pessoas foram as primeiras vítimas.

Em um piscar de olhos, cinco pessoas sumiram. Simplesmente viraram pó.
Mas, inexplicavelmente, ninguém sentiu falta dessas pessoas.

Foi como se elas nunca tivessem existido.

E eu estou aqui, trazendo esse relato, correndo o risco de ser apagado da história. Por algum motivo, eu não fui afetado pela perda de memória coletiva. Eu me lembro de quem foi desintegrado. E acredito saber o motivo.

E é justamente por esse motivo que estou deixando essas anotações. Sinceramente, espero ter conseguido dar um jeito. Mas, caso eu não consiga, espero que seja útil par alguém e que essa entidade possa ser parada.

Eu entendi algumas palavras da entidade. Dizia "Novo Mundo".

sábado, 5 de outubro de 2013

Ixiena, a Intuitiva [5]

Ixiena [1]Ixiena [2]Ixiena [3], Ixiena [4]


- Como você está conversando comigo? – perguntou Ixiena ao pássaro.

- Através de telepatia. Você, assim como eu, não pertence a esse corpo, não é? – respondeu o pássaro com uma voz que ressoava diretamente na mente de Ixiena.

- É verdade. Meu corpo original foi destruído.

- Como você chegou até aqui?

- Acho que sou intuitiva... Ou talvez seja a percepção dessa cadela se misturando à minha capacidade de raciocínio.

- Será que... Não, não é possível.

- O quê? Aliás, quem é você e como sabe sobre mim?

- Você é da antiga aldeia dos homo animalis?

- Sou descendente deles. Como sabe disso? Quem é você?! – Ixiena começava a se exaltar. Então, começou a rosnar, como uma verdadeira cadela. Só havia uma pessoa no mudo que ainda poderia ter conhecimento de sua antiga aldeia.

- Eu visitei essa aldeia há muito tempo... Eu fui chamada de “Aquela Que Anda Só”.

Ixiena se arrepiou e soltou um grunhido. Então, olhou o pássaro nos olhos e uivou. Aquilo não podia ser real... Era ela!

Araia, a Indomável [5]



- O que ele está fazendo? – perguntou Araia ao ver um homem embriagado entrando no meio da briga. Ele estava mais atrás, perto do bar. – É um conhecido seu?

- Nunca o vi – respondeu o espadachim. – Mas parece estar ao nosso lado, apesar do estado embriagado. Prepare-se, Araia. Aí vêm eles.

- Já estou preparada.

Araia tinha sua espada em mãos, e mantinha a posição impecável, sem nenhuma abertura.

- Você, companheira canina, fique atrás. Lhe sou grata por me trazer até aqui. Aguarde e veja nossas espadas indomáveis em ação.

Assim, Araia e o espadachim avançaram com suas espadas, desferindo golpes perfeitos e derrotando os inimigos um a um.

Atrás da multidão, o homem embriagado pulara e começara uma confusão.

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Egnar, o Justiceiro [5]

Egnar [1]Egnar [2]Egnar [3] ,Egnar [4]


- Então, vamos. Não morra, companheira – disse Egnar. Então, brandiu sua espada e avançou. – Ainda precisamos levar justiça a outro lugar.

- Sim, eu sei – respondeu a gladiadora. – Vamos voltar apenas com algumas feridas – e, virando-se para o cão, disse: - Obrigada por me salvar e por me guiar até aqui. Agora é minha vez. Fique atrás.

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Yuusha, o Bêbado [5]

Yuusha [1]Yuusha [2]Yuusha [3] ,Yuusha [4]


Nadri levantou sua garrafa e a atirou em outro homem, enquanto Yuusha preparava-se para correr e pular.

- Já fiz minha parte, companheiro. Agora é com você – disse Nadri. Então, virou-se de costas e entrou no bar. – Boa sorte.

- Mas você é um filho da puta mesmo – respondeu Yuusha, indignado e bravo. – E logo quando estou embriagado. Bem, não faz mal. Obrigado.

Yuusha correu e deu um salta desengonçado, caindo bem no meio de cinco homens, que o olharam enfurecidos.

Enquanto isso, o espadachim enfurecido e a gladiadora partiam para o ataque.

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Lihtana, a Solitária [5]



- Por que está aqui? – perguntou Lihtana através da telepatia.

- Eu estou presa a este animal – respondeu a cadela, também por telepatia. – Meu corpo original foi destruído enquanto eu passeava dentro desta cadela.

- Entendo. Mas você não respondeu minha pergunta. Por que está aqui?

- Provavelmente foram os sentidos aguçados da cadela se misturando aos meus que me fizeram chegar até aqui.

- Você... Espere. Você é... Não, não poderia.

- Desculpe?

- Você é da antiga aldeia dos homo animalis.

- Sou descendente deles. Como sabe?

- Eu sou Lihtana. Visitei sua aldeia quando vagava em minha solidão.

Então, a cadela se arrepiou e uivou.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Moving On

Não me importando com os sentimentos,
Estes que permaneceram guardados,
Venho ignorando as vontades,
Estas que estão à flor da pele.
Resta saber o que vou conseguir.

Ao longo do tempo, caminharei.
Ganharei morros, colinas e montanhas.
Andarei por todos os lugares e não cessarei.
Independente do estado climático,
Não vou parar.

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Yuusha, o Bêbado [4]

Yuusha [1], Yuusha [2], Yuusha [3]


Yuusha e Nadri levantaram-se e foram sorrateiramente saindo pela porta do bar. Ficaram encostados à parede, observando os agora vinte homens que cercavam o enfurecido de antes e uma gladiadora.

- De onde veio aquela mulher? – perguntou Yuusha. – Parece que ela está com o nervosinho.

- É o que parece – respondeu Nadri.

- E eles estão em desvantagem. Vamos entrar agora?

- Claro.

Então, Yuusha arremessou a garrafa que tinha em mãos, acertando um dos homens. O homem, que tinha acabado de erguer ameaçadoramente uma espécie de facão, caiu prostrado com a cabeça empapada de sangue.

- Vinte contra dois, hein? – gritou Yuusha. – Meio desvantajoso... Será que não há espaço para mais dois entrarem nessa dança?

Ixiena, a Intuitiva [4]

Ixiena [1], Ixiena [2], Ixiena [3]


Ao anoitecer, Ixiena e a gladiadora chegaram a uma espécie de bar. Avistaram cerca de vinte homens parados à frente de um outro homem, que tinha uma espada em mãos.

A gladiadora, imediatamente, postou-se ao lado do homem com a espada e ambos conversaram algo que Ixiena ignorou. Ela tinha a atenção focada em outro lugar.

Logo no telhado, havia um pássaro que a estava encarando. “Ela é como eu”, pensou Ixiena.

Araia, a Indomável [4]

Araia [1], Araia [2], Araia [3]


Ambas deixaram o coliseu e rumaram ao deserto. Caminhou junto à cadela durante grande parte da noite, sem saber o motivo, até chegarem a uma espécie de bar.

Misteriosamente, nenhum guarda estava em seu encalço. E isso era muito estranho. “O coliseu foi explodido e vários gladiadores fugiram. Por que ninguém me seguiu?”, pensou Araia.

Havia um oásis logo atrás do bar, o que explicava como um estabelecimento funcionava ali. Araia viu seu companheiro, o espadachim, cercado  por vinte homens.

- Então você está viva... Isso é ótimo – disse o espadachim. – Agora, afaste-se.

- Também vou lutar – respondeu Araia. – Quem são eles?

Então sacou sua espada e ficou ao lado do guerreiro.

Lihtana, a Solitária [4]

Lihtana [1], Lihtana [2], Lihtana [3]


Agora, os vinte homens cercavam o jovem. A gladiadora foi para o lado do enfurecido e sacou sua espada. E Lihtana continuou ali, observando tudo.

Um dos homens levantou seu objeto cortante, mas caiu logo em seguida. Então, Lihtana ouviu uma voz que vinha logo abaixo dela, da entrada do bar. “Há espaço para mais dois nessa dança?”, dizia a voz.

A cadela, que permanecera quieta até o momento, olhou para cima e encontrou os olhos de pássaro-Lihtana, que se assustou por alguém tê-la percebido ali.

- Entendi – disse Lihtana através de telepatia para a cadela. – Você, assim como eu, apenas está usando a mente desse animal.

Egnar, o Justiceiro [4]

Egnar [1]Egnar [2]Egnar [3]


- Afastem-se – disse Egnar à gladiadora e ao cão. – Isso aqui vai ficar um pouco feio.

- Vamos lutar juntos, Egnar – respondeu a gladiadora. – Não cheguei aqui à toa. Quem são eles?

- Foram eles quem sabotaram o coliseu hoje.

- Agora sim que eu vou lutar mesmo – e, determinada, a gladiadora sacou sua espada e ficou ao lado de Egnar.

Então, os vinte homens ficaram  a postos para atacar. Quando o primeiro homem ameaçou levantar o facão, ouviu-se um barulho repentino de vidro se quebrando e o homem caiu com a cabeça sangrando, desmaiado.

- Vinte contra dois... Tem bastante gente. Será que há mais espaço para mais dois entrarem na dança?

A voz vinha de trás, da porta do bar. Havia um homem de média estatura e forte, aparentando embriaguez. Portava uma garrafa de vidro na mão e parecia estar sozinho.

domingo, 15 de setembro de 2013

Impulso

O céu, refletido em seus olhos,
Traz uma imagem perfeita
Que, enquanto eu ainda ver
Tenho certeza que a gente se ajeita.

Mesmo que não nos vejamos mais
Espero que continuemos nos falando.
Afinal, sua voz sempre me traz lembranças...
Mas ainda não sei de quando.

E, assim, por algum motivo,
Motivo esse que ainda desconheço,
No estado pensante eu permaneço
E esqueço que ainda vivo.

Então, por um impulso repentino
Bem repentino mesmo
Eu me volto contra o destino
Deixando a tristeza a esmo.

Ainda que não nos vejamos mais
E que não nos falemos mais
As lembranças continuam em minha mente
E minha alma arde, incandescente

Ainda que eu sinta saudades
E ache que isso é incurável
O mundo me lembra que é enorme
E minha vontade de seguir... É imparável

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

As Mortes de Gentil 02 (parte 1)

A segunda morte de Gentil se deu em uma época diferente dessa urbana, dessa de ilhas de calor. Deu-se em uma época onde ilhas ainda eram ilhas mesmo, um amontoado de terra cercado por água por todos os lados. Era uma época de guerras navais, entre piratas, entre nações, entre piratas e nações.

Piratas esses, saqueadores do mar. Havia uma tripulação que se chamava de Mercenários do Mar, que aceitavam serviços da nação que pagasse mais. Como eram muito competentes, eram sempre requisitados para as mais diversas tarefas, desde pescaria até encontrar um tesouro.

Eis que Gentil tripulava esse navio, com sua barba negra cerrada, bandana e tapa olho. Ainda não havia perdido nenhuma perna e nenhum braço.

O dia se seguia longo, no meio do mar, com ondas possantes levando o navio de um lado para o outro. Ninguém entendia muito bem o motivo, já que ainda havia sol e a maré estava baixa. Mal sabiam eles que estavam entrando no famoso Triângulo das Bermudas.

O Triângulo das Bermudas era uma zona com várias nuvens carregadas de eletricidade estática, gerando vários raios e um campo magnético forte. Bússolas perdiam o sentido do polo norte magnético e giravam sem parar. Tornavam-se totalmente inúteis.

Não havia muitos peixes devido ao clima instável. Tempestades caíam a todo momento, e o vento era sempre bastante forte. Parecia um local à parte do resto do mundo. Era temido e evitado, pois já haviam ocorrido vários acidentes, e os poucos navios que voltaram do local estavam em péssimo estado, com apenas um ou dois tripulantes para contar a história.

Lihtana, a Solitária [3]

Ao ver o homem enfurecido gritando dentro do bar, Lihtana apurou um pouco a audição do pássaro para tentar entender o que ele dizia. Entendeu poucas coisas como “chacina covarde” e “enfrentar sua sina”. Após essas últimas palavras, o homem enfurecido sacou sua espada e deixou o bar. Alguns minutos depois, cerca de dez homens se levantaram e saíram do bar.

Após essa cena, pássaro-Lihtana voou para a frente do bar, pousou no telhado e ficou observando a cena novamente. Agora, via o homem enfurecido e dez homens à sua frente, todos portando armas cortantes.

Logo atrás, chegavam uma dupla de uma gladiadora e uma cadela.

Chuva de Postagens

Por algum motivo que ainda desconheço, resolvi dar continuidade às minhas histórias aqui no blog.
Então, ontem eu organizei a curta história das "manhãs"; postei o terceiro capítulo de Yuusha, o bêbado; postei a primeira parte do capítulo 5 de A Escolha do Herói; e a sexta parte de Nasce Uma Nova História.
Mas, isso foi uma casualidade.
Ainda estou com problemas para continuar A Escolha do Herói, e com alguns bloqueios em Nasce Uma Nova História. Então, não vou postar sobre isso tão cedo.
Mais tarde, postarei mais um capítulo de Lihtana e, provavelmente, de As Mortes de Gentil.
Apesar de alguns bloqueios, resolvi retomar esses projetos e acabá-los. Estou caminhando lentamente, mas não estou parado.
Obrigado a quem ainda lê isso aqui.

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

A Escolha do Herói, capítulo 5 - Templo

Perdeu o capítulo anterior? Não se lembra? Acompanhe!
Capítulo 4, Céu (parte 1)Capítulo 4, Céu (parte 2)Capítulo 4, Céu (parte 3)Capítulo 4, Céu (parte 4)Capítulo 4, Céu (parte 5)

            O cavalo escolhido por Andon era marrom com manchas pretas, e aparentava ter um olhar diferente, selvagem. Parecia um mestiço da raça dos corcéis com alguma outra espécie.
            Aron e Andon levavam alguns mantimentos como água, pães e carne seca. Era importante levar comida que não estragasse rapidamente pois a viagem duraria dias. Levavam, também, dois cobertores.
            Aron estava com seu arco pendurado às costas, juntamente com a aljava. Andon estava com suas duas espadas, a katana em sua cintura e Hiorutana às costas.
            Pegaram seus cavalos e finalmente deixaram a vila Arqueária. Foram em direção à Floresta Densa, onde seria mais fácil atravessar o Rio Carpa. O problema começaria depois. Gastaria-se tempo demais seguindo o curso do rio até perto do Lago Akira, mas atravessar os Campos Dourados era perigoso demais para um início de viagem. Por fim, decidiram seguir o rio, contornar o Lago Akira e atravessar o Rio Novo, ao sul.
            Passou-se um dia cavalgando à margem do rio. Por estarem perto da floresta, ainda poderiam caçar e reabastecer a água. Montaram acampamento, utilizando os cobertores ao redor de uma fogueira. Os cavalos foram amarrados perto do rio, para que pudessem beber água e comer o capim que ali crescia abundante.

Nasce Uma Nova História 06

Perdeu os capítulos antigos? Não se lembra? Acompanhe antes de continuar lendo!
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            –– Mamãe, por que aquela garotinha está nos encarando?
            –– Mas, não tem garotinha nenhuma aqui, minha filha. Só nós duas.
            –– Tem sim, mamãe. Olha ela ali, ao lado da janela! Ela parece assustada.
            –– O que você está dizendo, Joane?
            –– Ela está ali olhando pra gente, mamãe. Ela está me assustando também.
            –– Ai meu Deus. Vou chamar um médico agora.
            “Mamãe acha que estou vendo coisas. Mas, tem mesmo uma menina ali.”
            –– Você pode me ver, não é? Me ajude – e a menina foi andando para perto de Joane.
            Joane levantou-se do sofá da sala e saiu correndo para seu quarto. Estava com medo demais para ouvir o que a menina ou qualquer outra pessoa tinha a dizer. Escondeu-se debaixo do edredom e ficou ali, tremendo.
            –– Achei você, garota. Não vai me ajudar?!
            Joane acordou em uma das camas da enfermaria, pálida e gaguejando.
            –– Joane. Você me assustou!
            –– M-m-márcio... – e estendeu a mão aleatoriamente para cima, tentando tocar alguma coisa.
            –– Estou aqui, mocinha. – disse Márcio, segurando a mão de Joane. – Estou aqui.
            –– Pensei que f-fosse morrer. Tive um pesadelo p-péssimo.
            –– Se lembrar de pesadelos não é bom. Tente esquecê-lo por ora. Você precisa descansar um pouco. Vou chamar Alana.
            –– Não. Fique mais um p-pouco, p-por favor. F-fique segurando minha mão.
            –– Está bem.

            Após cinco minutos, Joane adormecera novamente, com a feição calma e delicada de volta ao rosto. Então Márcio a soltou e foi procurar Alana. Onde diabos ela estava que não vira a confusão?

As manhãs

Apenas para organizar essas postagens.

A primeira manhã

A segunda manhã

A terceira manhã

A quarta manhã

A quinta manhã

Yuusha, o Bêbado [3]

Após os homens saírem do bar, Yuusha deu de ombros e resolveu beber mais alguns goles de qualquer bebida que estivesse ali. Mas algo o incomodara. Sentia a presença de mais pessoas além daqueles dez do bar. E não era uma presença boa.

- Nadri, tem algo errado. Vamos lá fora.

Yuusha e Nadri saíram do bar sorrateiramente e ficaram estacados logo à portas, observando o movimento.
De repente, apareceram mais homens com a tal presença ruim e cercaram o enfurecido. Havia mais alguém logo atrás, mas não soube distinguir.

- Vamos dar uma mãozinha? – perguntou Nadri.


- Vamos. Onde está sua garrafa?

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Egnar, o Justiceiro [3]

Após encarar os dez homens trajando roupas escuras, Egnar novamente empunhou a espada e gritou:

- Quem mandou vocês?

Os homens sorriram, um após o outro. Sacaram facões tão grandes quanto uma espada e fizeram menção de atacar, quando um latido os deteve.

Egnar olhou para trás e viu duas figuras bastante exóticas para a paisagem desértica: uma gladiadora tremendo de frio e um cão.

- Então, você ainda está viva... Isso é ótimo – suspirou e virou-se novamente para os homens. – Vocês não vão escapar.

De súbito, surgiram mais dez homens de roupas escuras. Vieram pelas laterais do bar e sacaram seus facões.


- O que dizia, heroizinho? – debochou um dos homens.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Ixiena, a Intuitiva [3]

Após sair do coliseu com a gladiadora, Ixiena rumou ao deserto. Por algum motivo, que ainda desconhecia, sabia que devia ir para o deserto. Não sabia o que procurava lá. Mas, assim que encontrasse, saberia.

Então, puxou a gladiadora que portava apenas uma espada, e foram em direção ao deserto. Já anoitecia, e o deserto começava a esfriar. A gladiadora sentiu frio e não tinha com o que se proteger da ventania incessante.

Ambas começaram a andar mais rápido para chegar logo, onde quer que fosse.

A quinta manhã

Os dias se passaram desde que o Protagonista e a Feiticeira Rósea se despediram.
- Ficar sozinho é uma merda - dizia o Protagonista enquanto viajava. - Por quanto tempo ainda terei de esperar?

E assim se passaram os dias do Protagonista.
Apesar de não ter parado no tempo e não ter parado de fazer suas coisas, viveu toda a sua vida à espera da Feiticeira Rósea, que havia morrido de uma doença incurável.
Ela falecera chamando pelo nome do Protagonista e desejando que estivesse bem.

domingo, 1 de setembro de 2013

Araia, a Indomável [3]

Araia, sentiu que havia algo errado. Aquela era uma noite espetacular, onde aconteceriam grandes lutas. Sendo assim, o coliseu deveria estar cheio. Mas, não estava.

Iniciou a luta normalmente, com seus golpes possantes com a espada e com o escudo. Era uma gladiadora formidável. Uma das melhores.

Um cão, mais especificamente uma cadela, pulou da arquibancada e veio ao seu encontro. Araia ficou observando a cadela por alguns instantes e, então, percebeu que o plano havia falhado. Puxando-lhe com uma mordida, a cadela a levou para uma das saídas da arena.

Araia só teve tempo de dizer “fuja” ao outro gladiador. E então as bombas explodiram antes da hora certa.

A quarta manhã

Passaram-se dois dias desde que o Protagonista se encontrara com a Feiticeira Rósea.
Nesse meio tempo, eles foram até a casa da Feiticeira para tomarem banho e ter refeições decentes.
- Bem, é hora de partir. Há lugares que preciso ir.
- Quer uma carona, Feiticeira?
- Passar mais tempo com você, Protagonista, fará com que eu perca o foco. Ainda há coisas que preciso fazer antes de poder me aquietar e viver a vida perfeita que você me proporcionaria.
- Entendo... Então, acho que isso é um adeus... por ora.
Deixando a casa, ambos se beijaram e seguiram caminhos diferentes.

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

A terceira manhã

- Sim, Feiticeira. Eu amo você. Amo tudo o que há em você - disse o Protagonista.
- Mas, eu sou a Feiticeira Rósea. Sou desajeitada e só causo confusão. Eu não deveria nem ser mulher... É por isso que você diz isso. Você se sente atraído por mim por eu ser mulher - respondeu a Feiticeira.
- De modo algum. Eu gosto de você pelo que você é. Gosto de você pelo que você faz e pelas pessoas a quem ajuda sempre, mesmo que não mereçam. Gosto de você porque é você e mais ninguém.
O Protagonista passou o dia inteiro conversando com ela e fazendo pequenas visitas à cidade apenas para comprar alguns mantimentos.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

A segunda manhã

Chegou ao anoitecer e passou a noite ali, cuidando de seu cavalo. Saiu da estrada e entrou na pequena mata que havia ao lado, para não ficar no meio do caminho e para se esconder. Havia pessoas que não podiam saber que ele estava ali.
Seu destino não era a cidade e sim um ponto antes dela.
Ao raiar do dia, acordou com alguém chamando por seu nome. Levantou e saiu de sua pequena carruagem. Parada ao lado de fora estava a pessoa com quem deveria se encontrar: a Feiticeira Rósea.

domingo, 25 de agosto de 2013

A primeira manhã

Naquela manhã, quando acordou ainda embriagado, o Protagonista decidiu retomar as rédeas e seguir em frente. Mesmo que não estivesse sóbrio, tinha noção do que devia fazer e como fazer. E, assim, prosseguiu o caminho.
"Hoje, tudo vai correr de acordo com o planejado", pensou. Então, chegando ao seu destino, começou a executar seu plano.

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Continuações depois

Postarei mais da história desses 5 personagens no início de setembro.
Espero que gostem.

domingo, 18 de agosto de 2013

Egnar, o Justiceiro [2]

Egnar entrou no bar e observou cada pessoa ali. Queria pegar os bandidos que promoveram a chacina no coliseu a todo custo. Não podia perdoar quem interferiu de maneira tão brutal na fuga dos gladiadores.

– Hey, vocês. Seus miseráveis! Como puderam fazer algo tão covarde? Quem mandou vocês?! – gritou, assim que distinguiu os bandidos. – Vocês mataram a todos, sem dar a chance de se defenderem. Covardes! Agora será a vez de vocês. Venham aqui fora e enfrentem sua sina!

Egnar desembainhou sua espada e deixou o bar, estacando logo à frente da portaria. Pouco tempo depois, saíram cerca de dez homens mal encarados.

sábado, 17 de agosto de 2013

Ixiena, a Intuitiva [2]

Ixiena estava ali, parada, esperando o anoitecer. Observou as pessoas que passavam, sem se importar muito.

O cenário não era muito diferente das grandes cidades por onde já passara. Havia muitas casas, muitas pessoas, muitas lojas, muitos cheiros. Havia coisa demais.

Ao cair da noite, resolveu entrar no coliseu. Passou sorrateiramente pelos guardas, que estavam de costas para a entrada. Ficou ali observando por um tempo e resolveu descer para mais perto da arena.

De súbito, sentiu um perigo que não podia descrever e pulou dentro da arena, onde dois gladiadores se enfrentavam. Ambos pararam atônitos, observando a invasão. Ixiena correu até a mulher gladiadora e fez sinal para que a seguisse. E assim fez a gladiadora.

Poucos minutos depois, guardas já estavam por toda parte, impedindo a fuga das duas. Então, explosões começaram a acontecer e, aproveitando a distração do guarda, ambas escalaram a parede da arena e fugiram.

Araia, a Indomável [2]

Araia preparava-se para lutar. Aquela seria sua última luta, e precisava entreter o público o máximo que pudesse. Aquela noite, em específico, estava mais bonita que o de costume.

A vista de dentro do coliseu não era algo bom. Era sempre a mesma porção limitada de céu, rodeada por muitas pessoas que estavam sempre observando seus movimentos. Mas, naquela noite, isso era tudo o que queria. Mais do que nunca, desejou que todos ali mantivessem suas atenções focadas unicamente nela. E assim começou o que seria a sua última batalha.

Os explosivos fabricados de maneira bastante improvisada já estavam colocados estrategicamente nas colunas do sub-solo, que sustentavam as arquibancadas do coliseu. E em questão de alguns minutos, tudo explodiria.

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Yuusha, o Bêbado [2]

Yuusha deu de ombros. Virou-se de costas para o estranho que acabara de chegar e continuou a beber tranquilamente.

- Hey, seus miseráveis. O que vocês fizeram foi imperdoável. Quem os mandou?! – gritou o estranho.

“Com quem diabos esse cara está falando?”

Olhou indagador para seu amigo Nadri, que estava ao seu lado. Nadri fez um movimento curto de cabeça, indicando que o estranho não falava com os dois. Então, passou discretamente uma garrafa de vidro para perto de Yuusha e disse “fique atento”.

Yuusha, então, ficou atento e passou a observar o estranho com o canto dos olhos.

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Lihtana, a Solitária [2]

Lihtana continuou a observar o rapaz enfurecido até ele sumir dentro do bar. Ela queria aber o que acontecia e quem era aquela pessoa que chamara tanto sua atenção. Então, usou uma técnica antiga de projeção de mente.

Procurou por algum pássaro e perguntou se poderia utilizar seus olhos e ouvidos por algum tempo. Concedida a permissão, Lihtana projetou sua mente para dentro da ave, que voou rumo a uma janela do bar, para observar o que acontecia.

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Ixiena, a Intuitiva

A paisagem mudava à medida em que prosseguia pelo caminho. Isso seria normal, afinal o lugar estava mudando. Mas, não com tanta velocidade e diversidade. E assim, Ixiena visava os vários locais, deslumbrada.

Andou por muito tempo e começara a anoitecer quando viu uma construção em formato de círculo. Aquele era o coliseu. Por algum motivo, sentiu que devia parar ali por perto e assim o fez.

sábado, 3 de agosto de 2013

Yuusha, o Bêbado

Todos estavam ali, sorrindo e cantando, falando besteiras e bêbados. Tão bêbados a ponto de transformarem desavenças em fortes amizades. Mas era só o calor do momento e o efeito do álcool. E Yuusha sabia disso.

- Hey, amigo! Venha para cá. Vamos beber! Qual o seu nome? - disse um dos alegres bêbados.

- Yuusha - respondeu, amaldiçoando a pessoa que lhe dera um nome tão esquisito.

- Iucha... Iuucha... Ah, não importa. Pegue a cerveja!

"Tudo bem. Essa será a última", pensou. Mas, aquela não foi a última.

Depois de mais cinco cervejas, um homem entrou no bar, bufando de cansaço. Seu rosto aparentava fúria, e seus olhos procuravam minuciosamente alguém, percorrendo todos por ali.

Araia, a Indomável

- Hoje é o dia. Hoje, eu vou sair dessa merda e destruir tudo de uma vez por todas.

Já estava tudo arquitetado em sua mente. Sairia do coliseu àquela noite, no auge da luta.

Conversara com outros gladiadores a respeito de liberdade. Não era justo o que fizeram com eles.

Sim, alguns estavam ali para conseguir uma segunda chance, pois eram condenados à morte por seus crimes. Mas, Araia sabia: ninguém sairia dali.

- Hoje, meus companheiros, vamos todos sair daqui. É tempo! - disse ela aos outros gladiadores.

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Lihtana, a Solitária

O mundo estava podre e ela sabia. Podia ver dali, de sua torre no fim do mundo.

Estava confinada, fadada a observar o progresso (que ela julgava regresso) da humanidade.

Quem impôs seu confinamento? Ela mesma. Não mais aguentava caminhar sob "governos" de lixos humanos, e muito menos caminhar sobre a terra que era habitada por tantos outros lixos humanos.

Lihtana era imortal, e amaldiçoava essa condição todos os dias... Até o dia em que, do alto de sua torre, avistou um jovem correndo enfurecidamente pelo deserto mais árido que havia no planeta.

Sentou-se confortavelmente em uma poltrona e ficou a observar aonde o rapaz ia, apenas por curiosidade.

Egnar, o Justiceiro

E mesmo com a areia batendo em seus olhos e o vento dizendo claramente para retornar, Egnar prosseguiu  pelo deserto, rumo ao local onde os bandidos estavam. Não podia deixar isso passar. Precisava pegá-los. Precisava.

- E eles vão sofrer. Ahh se vão.

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Nasce Uma Nova História 05

            –– E então? O que aconteceu?
            –– Acho que posso explicar – adiantou-se Felipe, que estava calado até então. – Estávamos carregando algumas mesas pelo corredor quando ela parou subitamente e largou a mesa. Parecia que tinha visto um fantasma, ou qualquer coisa assim. Então vocês chegaram.
            –– Um fantasma... Talvez tenha sido só queda de pressão também.
            –– Desculpe-me, camarada, mas eu sei o que vi. E não foi uma simples queda de pressão.
            –– Entendo... De todo jeito, ela deve ficar bem. Você vai ficar com ela?
            –– Eu não havia pensado nisso, mas, fico. Parece que sua namorada não gostou muito da ideia de você ficar.
            Felipe cometera um erro terrível. Joane o olhou com a expressão de um assassino frio, e ao mesmo tempo com ódio.
            –– Eu... bem... acho que não devia ter falado isso. Desculpe! Achei que vocês fossem namorados.
            –– Bem, não somos. Não tire conclusões, Felipe. Vamos, Márcio.
            Márcio levantou-se rapidamente e acompanhou Joane até a quadra.
            –– Sabe, Joane, eu não achei ruim de ele ter lhe chamado de minha namorada...
            Joane o olhou corada. Não sabia o que falar e nem o que fazer. Parou de caminhar e o encarou, com o rosto sério.
            –– Quero dizer... acho que nós nos gostamos um pouco mais... que amigos...
            –– Márcio... – Joane ainda não conseguia dizer nada, apenas olhá-lo.
            –– Não é exatamente o momento para dizer isso... aquela garota parecia mal e acabei ficando preocupado. Mas achei que deveria dizer.
            –– Seu idiota. Não está vendo que estou com ciúmes? Idiota! – e saiu correndo em direção à sua sala, de volta para o segundo andar.
            Ao subir a escadaria, deparou-se com o novato que estava sentado no corrimão da escada que levava ao terceiro andar.
            –– Ei, novato!
            –– Você...
            –– Você? Que modo rude de se tratar alguém. A propósito, o que você estava fazendo sentado lá em cima?
            –– Não acho que você gostaria de saber.
            –– Como assim?
            –– Joane, espere! – Márcio vinha andando rápido ao encontro de Joane. Por um momento ficara atônito, sem saber o que fazer depois da reação dela.
            –– Ah, o idiota apareceu – Joane era uma pessoa extrovertida e alegre normalmente, mas, quando ficava de mau-humor, mudava totalmente.
            –– Eu não lhe entendi. Por que correu?
            –– Eu já disse. Não vou repetir. E você não tem educação? Chegou atrapalhando a minha conversa com outra pessoa.
            –– Que outra pessoa? Quando cheguei, você estava sozinha.
            –– O que você quer dizer com sozinha? Olha ele aqui, aquele novato que estava lá em cima.
            –– Não tem ninguém, Joane.
            Joane se virou e realmente não havia ninguém. Então ela empalideceu e se voltou para Hiruka.
            –– Acho que eu também vi um fantasma.

            Suas pernas bambearam rapidamente, quase não dando tempo de Márcio a segurar.