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quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Soneto da Jéssica

Gostaria eu de ter alguém com quem conversar
Alguém para compartilhar essa dor
Essa dor que faz minha artéria saltar
E que faz o orgão inicial entrar em tremor

A respiração falha, fica ofegante
O olhar congela em certa paisagem
"Seria esse um doce semblante
Ou apenas mais uma miragem?"

Vem correndo, de encontro a meu corpo
Delírios ultrapassam a barreira do som
E pensar que isso tudo pode nem existir...

Sua imagem linda encontra-me o olho
Sua voz esta em singelo e doce tom
Realmente ela existe... E comigo vai seguir!

Soneto de Inocência

Ao atravessar a rua, aparece a praça
Aquela em que adoramos ficar
A mesma em que nos derramamos a taça
Ao nos agraciar com o olhar

Ambos se sentiam estranhos
Não sabiam exatamente o quê, então
Só sabiam que era diferente
E que gostavam da sensação

Pairando em devaneio e por que não saudade,
Caminharam de mãos dadas até o local
Sim... O local onde tinham vontade de ir

Era um lugar longe de qualquer maldade
Onde pássaros sussurravam ao tal
Ficaram a noite inteira se admirando até no sono cair

Soneto de Reflexão

Se por acaso algum conhecedor de sonetos e afins aparecer, já aviso que sou péssimo em métrica.



Às vezes a vida passa adiante
Rente aos nossos olhos
É quando nos assustamos de repente
E percebemos que estamos velhos

Em épocas passadas, diríamos que era besteira
Que tudo era devagar demais
Então, saíamos em festeiras...
São épocas que não voltarão jamais

E se nós, velhos, oferecemos cortesia
Somos logo mal vistos pelo público
Público a que estávamos antes

Ficamos, então, com forte azia
Querendo sair da selva urbana, ainda pudicos!
Sabemos então o que é envelhecer adiante